Mapa de Percepção de Risco

Mapa de Percepção de Risco

O Mapa de Percepção de Riscos consiste num projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) desenvolvido entre o NEPEAC/PROPPi/UFF e a Enel (antiga Ampla – concessionária de distribuição de energia elétrica) cujo objetivo é o desenvolvimento de uma metodologia de pesquisa reaplicável que seja capaz de identificar e compreender as situações sociais de risco associadas à violência e a insegurança que impactam no trabalho de medição e resultam em perdas não técnicas para a empresa e na vitimização de funcionários e prestadores de serviços.

O foco da pesquisa volta-se para a compreensão de como a violência e a insegurança podem afetar, direta ou indiretamente, a regularidade do serviço de energia elétrica em determinadas regiões, caracterizando-os como variáveis socioeconômicas determinantes na composição do cálculo das perdas não técnicas da empresa. Para os propósitos da experiência em tela, foram escolhidos dois municípios onde é elevado o índice de perdas não técnicas:  São Gonçalo e Duque de Caxias. O resultado do P&D permitirá, em último nível, a discussão do cálculo do Índice de Complexidade Econômica atualmente adotado pela ANEEL.

O cálculo atual do Índice leva em consideração apenas os dados do SIM/DATASUS acerca dos óbitos por agressão. Embora a morte violenta sejam um importante indicador para a segurança pública, ele não é suficiente para caracterizar uma dada região como uma área de risco, já que existem outros fatores que podem afetar tal percepção.

Há uma série de projetos de pesquisa voltados à inovação tecnológica desenvolvidos na tentativa de combater e evitar as fraudes e furtos de energia. Muitos têm apresentado resultados relevantes. No entanto, eles não dão conta do problema social que provoca as perdas não técnicas de energia, não permitindo compreender possíveis causas que afetam e até impedem que as equipes de aferição realizem seu trabalho adequadamente.

O caráter inovador do projeto está na articulação de dados quantitativos, produzidos por distintas instituições, com dados empíricos qualitativos que expressam os sentidos e as lógicas envolvidas nas interações sociais. A articulação das duas metodologias é o que torna o “Mapa de Percepção de Risco” uma metodologia inédita capaz de delimitar os graus de risco de uma localidade de forma mais precisa, já que entram em sua composição as percepções da população residente na região, as dos funcionários da distribuidora de energia, os registros sistematizados de situações de vitimização vivenciadas pelos funcionários e novas variáveis quantitativas.

Mais informações:

Coordenação: 

Prof. Dr. Roberto Kant de Lima (rkant@gmail.com) 
Coordenador do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Administração Institucional de Conflitos (NEPEAC)
Coordenador do INCT Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos

Profa. Dra. Ana Paula Mendes de Miranda (anapaulamiranda@id.uff.br)
Coordenadora do Curso de Especialização em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública

Departamento de Antropologia
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (ICHF)

Mapeamento Participativo De Políticas Públicas De Segurança Pública no “quarteirão do perdeu”.

Mapeamento Participativo De Políticas Públicas De Segurança Pública no “quarteirão do perdeu”.

Você já ouviu falar no Quarteirão do Perdeu? Localizado no Ingá-Niterói (RJ) aos arredores da faculdade de Direito, Praça da Cantareira e campus universitário da Biomedicina, dentre outras referências, a região divide opiniões quanto a existência predominante de violência local. Enquanto instituições policiais demonstram o baixo número de registros relacionados aos logradouros considerados perigosos a imprensa e as redes sociais bombardeiam notícias de vitimização nas redondezas que vão desde assaltos até tentativas de estupro. Com o intuito de mapear os elementos causadores do sentimento de insegurança no “PERDEU”, a Ilumina lançou ano passado um questionário on-line de vitimização.

Trata-se de uma pesquisa dividida em duas partes: a primeira consistindo em recolhimento de material disponível acerca da dinâmica de relacionamento entre a população e órgãos de segurança e discussão sobre métodos e técnicas  etnográficas para a realização da segunda parte da pesquisa. Esta última caracterizada pela realização de mapeamentos participativos de políticas de segurança pública, onde se pretende fazer extensivo uso da metodologia etnográfica da observação participante. Dos filtros para realizar a pesquisa sobre o “quadrilátero do perdeu”, alguns foram:

• Palavras chaves: “assalto”, seguida das ruas que formaria o perímetro “do perdeu”.

• Período: Década de 2010

• Matérias digitalizadas

O quadrilátero do perdeu foi delimitado como, sendo o perímetro formado pelas ruas: Avenida Visconde de Rio Branco, José Bonifácio, Professor Lara Vilela, Presidente Pedreira, Visconde de Morais, Professor Hernani Melo.

Adianto que está sendo feito, complementarmente a construção desses dados, uma busca a eventuais informações do 12º Batalhão de Policia Militar (12º BPM), Instituto de Segurança Publica (ISP) e Disque-Denuncia sobre ocorrências registradas nestas agências, relacionadas ao já demarcado “quadrilátero”. Os dados resultantes destes esforços subsidiarão a realização do trabalho de campo, uma vez que a equipe de pesquisa poderá avaliar se há correspondência entre estes as impressões dos moradores, como também de transeunte contumazes destes logradouros públicos. A idéia, portanto, é contrastar os discursos e representações observados em campo e os dados construiudos a partir dos registros das agencias oficiais. Interessa, por fim, fazer um breve censo sobre possíveis propostas apresentadas pela população para os problemas vivenciados.

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